Post enviado por Paulo R. M. Lilja, colaborador do www.viamaohoje.com.br
Uma nova iniciativa chegou tirando dinheiro dos empresários viamonenses e o sossego dos moradores. Inspirado nos românticos tempos em que a comunicação e a propaganda engatinhavam na estrada do desenvolvimento e do progresso, algum sabujo de plantão, sempre atrás do dinheiro fácil e sem esforço, resolveu ressuscitar o deselegante “Rádio-poste”. E já estão em funcionamento dois destes “importantes” serviços: um na Avenida Liberdade, na Santa Isabel e outro no centro de Viamão, na Coronel. Marcos de Andrade.
Pra quem ainda não viu, ou não ouviu (pra ser mais literal), este produto do achaque publicitário, consiste em caixas de som (umas lembram mais caixas de abelhas, pelo ruído que geram), penduradas, duas a duas, nos posteamento público, dividindo espaço (quem sabe atrapalhando) com outros serviços, como redes telefônicas, redes de iluminação pública e a própria energia elétrica que chega às nossas casas e estabelecimentos comerciais.
Pra quem passa, pode parecer legal, engenhoso: “Puxa! Como é que não pensaram nisso antes?” Pode acreditar, já pensaram. E faz muito tempo. Só pra registro histórico, muitas empresas de comunicação, verdadeiros impérios da mídia, começaram assim, com serviços de auto-falantes e rádios-poste. Só que isso aconteceu no tempo em que a oferta de produtos sonoros era incipiente. As cidades e vilarejos não possuíam uma enormidade de estações de rádio, não existia televisão, e a propaganda não era tão agressiva. Ah! E o mais importante: as liberdades individuais e a cidadania não eram respeitadas. Nem sequer usávamos estas palavras. Ou seja, além dos ruídos urbanos a que temos que nos render, aos incontáveis “estilos” musicais de gosto duvidoso que as pessoas insistem em carregar no porta-malas de seus carros (e que decidem descarregar na frente das casas dos outros), dos carros de som, que divulgam desde frango assado até gás do cachorrinho, agora temos que escutar o som que vem do alto dos postes viamonense. E com um agravante. Enquanto os outros vêm e vão embora, o rádio-poste fica. E fica.
Por isso faço, agora, em nome dos moradores das ruas com este famigerado e indelicado serviço, dos amantes do silêncio, e dos adoradores da boa música, esteja ela onde estiver, o meu cordão de preces.
Aos empresários viamonenses, que não se deixem seduzir por falsas promessas de publicidade barata e certeira;
Ao prefeito, que mora bem pertinho, mas foi poupado, para que descubra quem autorizou este serviço;
À CEEE pra que escolha melhor suas companhias;
Aos pedestres, que não balancem a cabeça ao rítmo da música (se conseguirem entender a canção);
Aos empreendedores dessa iniciativa, que percebam o desserviço que estão trazendo e consigam uma colocação mais digna e lucrativa;
E por fim,
À alguém que tenha uma taquara bem comprida pra derrubar estas porcarias!
Amém.