quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Polícia desbarata quadrilha de furto de carros em Viamão

A Polícia Civil realizou operação no início desta manhã de quarta-feira contra uma quadrilha especializada em furtos e receptação de veículos na Região Metropolitana. Onze pessoas foram presas temporariamente, entre elas dois supostos líderes do grupo e a companheira de um deles, que seria advogada. Também foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão e recolhidos pelo menos 10 carros, entres eles um Gol, um Voyage e um Fusca.

Segundo o delegado Heliomar Franco, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, o grupo agia principalmente em Porto Alegre, Canoas, Sapucaia e Gravataí. Os carros eram furtados e levados para sítios e chácaras em Viamão, sede da quadrilha. Cada veículo entregue aos receptadores rendia R$ 300.

Em algumas ocasiões, os bandidos negociavam a devolução com a vítima, cobrando entre R$ 3 mil e R$ 7 mil. Na maioria dos casos, porém, os carros eram desmanchados, e as peças, vendidas para ferros-velhos. Os alvos costumavam ser veículos usados.

O grupo deve ser indiciado por formação de quadrilha, furto e receptação. A polícia ainda investiga se o bando lavava dinheiro proveniente dos crimes usando contas de laranjas.

Investigação

As investigações começaram há cerca de seis meses, quando a polícia constatou que Viamão estava servindo como destino para carros furtados. Foi baseada principalmente em escutas telefônicas, assunto que gerou críticas por parte do diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Ranolfo Vieira Junior.

— É a ferramenta principal da investigação criminal. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está dificultando o trabalho da polícia e quem está perdendo é a sociedade — disse Ranolfo nesta manhã.

Em 9 de setembro, o (CNJ) aprovou, por resolução, a criação de uma central para disciplinar as decisões judiciais que determinam escutas telefônicas e as quebras de sigilo de sistemas de informática como e-mails e MSN. De acordo com a nova regra, os juízes deverão informar mensalmente o conselho sobre o número de grampos autorizados no período e quem teve acesso à decisão. O objetivo é identificar os responsáveis por eventuais vazamentos de informações relativas às escutas.

A validade inicial da resolução é de 180 dias. Após este prazo, será feita uma avaliação sobre a eficácia das medidas e, se for o caso, serão adotadas outras providências para o aperfeiçoamento do sistema.

Informações privilegiadas

Franco acredita que a advogada detida recebia informações privilegiadas sobre operações da polícia. A de hoje, por exemplo, estava prevista para ocorrer 20 dias atrás, mas acabou adiada porque a suspeita teria sido avisada.

Agressão a cinegrafistas

Enquanto era conduzido da viatura até a sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), um dos presos desferiu chutes contra cinegrafistas que acompanhavam as detenções. Acabou imobilizado em seguida por policiais. Foi registrada ocorrência de agressão.

— Se não fossem as algemas, a agressão poderia ter sido mais grave — afirmou Ranolfo, em menção a outra discussão acirrada nos últimos meses.

Neste caso, o estopim foi a prisão dos envolvidos na Operação Satiagraha, realizada pela Polícia Federal, quando o banqueiro Daniel Dantas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta foram filmados e fotografados com algemas.


Fonte:

www.praiadexangrila.com.br/2008/10/15/policia-desbarata-quadrilha-de-furto-de-carros-na-regiao-metropolitana/



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