O município de Viamão foi selecionado para receber o projeto-piloto da Fundação Telefônica “Escolas Rurais Conectadas”. Viamão é o primeiro município do Brasil a desenvolver a inovação metodológica na educação no meio rural. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Zeferino Lopes de Castro, localizada na estrada da Pimenta, em Águas Claras foi a escola selecionada para desenvolver o projeto.
Objetivo
O objetivo da Fundação Telefônica é gerar novos modelos educacionais para o século XXI, validar metodologias de aprendizagem com tecnologias e mobilizar pessoas e instituições para o tema. Trata-se de uma oportunidade ímpar para experimentar o potencial do uso das tecnologias para a melhoria da qualidade educativa no contexto rural, bem como para observar os impactos da conectividade na vida de comunidades escolares localizadas em áreas distantes dos grandes centros.
A proposta de curso de formação online é uma das vertentes desse projeto e é resultado da parceria entre a Fundação Telefônica, a Future of Learning Institute e a Associação Telecentro de Informação e Negócios – ATN. “Entendemos que este projeto permite alinhar a nossa estratégia de negócios à nossa responsabilidade social, criando um projeto que nos possibilita avaliar o impacto da chegada da tecnologia nessas escolas. As crianças estão recebendo uma oportunidade e uma nova estrada está se abrindo, uma estrada de conhecimento tecnológico”, ressalta o analista da área de educação e aprendizagem da Fundação Telefônica, Daniel Magiovita.
Objetivos a longo prazo
Transformação da experiência educacional de crianças na escola pelo uso intensivo de tecnologias digitais conectadas; Uso de metodologias pedagógicas inovadoras pautadas na aprendizagem ativa e na construção de projetos.
Competências
Fluência Tecnológica; Colaboração e Comunicação; Letramento com Mídias Digitais; Resolução de Problemas; Pensamento Computacional; Criatividade e Inovação; Aprendizagem pela construção; Conexão da escola à comunidade; Transformação sistêmica e sustentável
A Escola Zeferino Lopes de Castro já estava inserida no programa de acesso digital desde 2012, quando recebeu um kit da Fundação Telefônica-Vivo, contendo dois notebooks e um vivobox. “A partir daí surgiu o projeto “Escolas Rurais Conectadas” e em abril fomos participar do Encontro Internacional de Educação da Fundação Telefônica no Rio de Janeiro, juntamente com a secretária de Educação, Maria Clarice de Oliveira, com todas as despesas custeadas pela fundação. Houveram vários encontros para discussão e construção do projeto para nossa escola”, explica a diretora da escola municipal Zeferino Lopes de Castro, Silvana Gattino.
A segunda-feira, 05, foi um dia de festa. A Fundação Telefônica entregou um tablet para cada aluno do 1º ao 3º ano e um netbook para cada aluno do 4º ao 9º ano. Ao todo, são 106 alunos que receberam tecnologia digital e estão conectados na rede mundial. A velocidade da rede é a mais rápida do país, com 54 mb, através de fibra ótica, oferecendo acesso com qualidade a todos os alunos e colaboradores ao mesmo tempo.
Os professores e colaboradores da escola já haviam recebido seus netbooks durante a Jornada Pedagógica, realizada na primeira semana de recesso escolar. “Durante a Jornada Pedagógica, os colaboradores da escola tiveram uma formação com a equipe coordenadora do projeto para construção e procedimentos a serem realizados na escola para inclusão do material que será utilizado como mais uma ferramenta do dia a dia escolar. Entendemos que esse projeto será transformador e que abrirá oportunidades e uma nova perspectiva de vida aos estudantes daquela região rural. Hoje o município possui na rede 16 escolas rurais, de um total de 61 escolas municipais.
O prefeito Valdir Bonatto está muito satisfeito em fazer parte do projeto como um município pioneiro. “O nosso município é enorme em extensão territorial e temos uma vasta área rural que não se comunica. Esse projeto irá fazer essa integração por meio dos alunos e, por conseguinte, das suas famílias, trazendo uma nova perspectiva e acesso à informação e a novas tecnologias para desenvolvimento da região. O sonho de mudar uma sociedade passa pela educação. Quando se tem um sonho as coisas mudam”, acrescentou, parabenizando todos os alunos pela conquista.
O que é o projeto Escolas Rurais Conectadas
O projeto Escolas Rurais Conectadas surgiu como uma exigência regulatória em função da fusão entre Telefônica e Vivo. A missão era conectar 100 escolas rurais com serviços 3G e doar dois computadores para cada uma. Foram doados laptops para facilitar a mobilidade de alunos e professores e distribuídas cartilhas pedagógicas que otimizam o uso dessas ferramentas na educação.
A iniciativa beneficia mais de 11 mil alunos e 500 professores em Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A escolha dos locais levou em conta a vocação rural dos Estados e a possibilidade de avaliar os impactos do projeto em áreas com diferentes perfis. A ideia não é apenas garantir uma conexão à Internet, mas desenvolver um trabalho social transformador na vida dessas comunidades. A primeira etapa do projeto foi concluída em 2012.
A conexão das cem escolas beneficia mais de 11 mil alunos e 500 professores nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Alagoas e Pernambuco. A escolha dos locais levou em conta a vocação rural dos Estados e buscou também um perfil diverso, que possibilitasse avaliar os impactos em áreas com diferentes perfis. “Quando soube do projeto da Fundação, quis trazer para o Estado e em função de sua vocação rural, o Rio Grande do Sul é o Estado com o maior número de escolas beneficiadas pelo programa. São 33 estabelecimentos em 32 municípios, beneficiando no total cerca de 3.500 alunos e 230 professores”, explica a diretora da Regional Sul, Clenir Rosa Wengenowicz.
Eixos de ações
Potencializar o desenvolvimento do letramento, por meio da expressão, da representação e da comunicação de ideias através de texto, imagem e outras tecnologias digitais; Utilizar o pensamento computacional para possibilitar uma compreensão mais profunda, pessoal e conectada de áreas do conhecimento complexas e sofisticadas, por meio do design, da expressão e da construção de artefatos digitais, que ajudem a tornar concretos princípios científicos e conceitos matemáticos; Proporcionar via ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) a possibilidade de os alunos interagirem localmente (na própria escola) e globalmente (com outras escolas), favorecendo o desenvolvimento de trabalhos colaborativos a distância com a participação, orientação e/ou mediação de especialistas.
Dados complementares:
O êxodo rural caiu pela metade em uma década e novas oportunidades surgiram, conforme Censo IBGE/2010, onde foi constatado que 84% da população brasileira vive na zona urbana e 16% na zona rural. Houve a queda do êxodo rural de 1,31% (2001) para 0,65% (2011) no total de habitantes que deixaram a zona rural devido a fatores como: Bolsa Família, previdência rural, Pronaf e programas de assentamentos.
O programa de conectividade da Fundação Telefônica atinge 100 escolas em sete estados: AL, BA, PE, MG, RS, SC e SP. São 89 municípios, abrangendo 11.496 alunos e 794 professores. 71% destas escolas tem algum programa e/ou projeto implementado pelo MEC como: Mais Educação, Pacto pela Educação, Bolsa Escola, Bolsa Família, Combate à Exploração Sexual e ao Trabalho Infantil. 23% das escolas participa de projetos ligados a entidades privadas. Apenas 3 escolas recebem algum tipo de apoio do Núcleo de Tecnologia Educacional local.
Desafios: Falta de qualificação dos professores, falta de perspectiva de futuro dos alunos, evasão escolar, exclusão digital e infraestrutura inadequada.
Oportunidades: Aplicação das tecnologias para melhorar a qualidade, trazer novas perspectivas e aumentar o interesse do aluno. Adequação do currículo, metodologia e cronograma para a realidade local. Valorização da cultura e dos saberes locais. Fortalecimento de um modelo educacional e de competências que ampliem as perspectivas dos alunos e permitam a permanência das pessoas no campo.
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