Tubos de PVC, pedaços de madeira, chaves velhas, garrafas pet e troncos de árvores. Todo esse material é música para os integrantes do Tambor Falante, um grupo de percussão formado por estudantes de Viamão que criam instrumentos a partir do lixo.
O trabalho é fruto das oficinas ministradas gratuitamente por Candido de Castro, na Escola Estadual Walter Jobim. A idéia surgiu dentro do conselho de pais e mestres, onde pessoas que conheciam o trabalho do músico o convidaram para ministrar algumas aulas. "No início, os encontros aconteciam em datas comemorativas como Dia das Crianças", conta Candido, instrumentista autoditada, que iniciou suas pesquisas com reaproveitamento de sucata em 2004.
Atualmente, as oficinas chegam a ter 30 alunos, com idades entre 8 e 15 anos. As aulas acontecem periodicamente aos sábados pela manhã e são abertas para todos os interessados. Candido, que também atua no mercado de seguros, conta que os encontros são divididos em duas partes, uma para pesquisa e montagem dos instrumentos, e outra para os ensaios do grupo. As aulas iniciam com um estudo sobre a origem de cada peça e os materiais que podem ser utilizados, prosseguindo com a confecção dos instrumentos.
Candido observa que é importante não confundir reaproveitamento com reciclagem, que requer mais prática e habilidade. Reaproveitar é muito mais simples. Não é preciso fundir, derreter ou submeter a sucata a nenhum processo químico ou industrial.
O segundo momento das oficinas também é dedicado aos estudos de ritmo. “Eu faço pesquisas e os alunos também trazem idéias, sempre com o foco em um som alternativo, como os ritmos africanos que são ligados diretamente à Música Popular Brasileira, passando pelo maracatu e samba”, ressalta.
Desde o ano passado, o grupo tem se apresentado em vários eventos. E para comemorar um ano de atividades, Candido está preparando uma série de intervenções em Viamão e região. Em Porto Alegre, o público poderá conferir o ritmo do Tambor Falante na Usina do Gasômetro, dentro da programação da Feira Latino Americana, que acontece de 3 a 12 de outubro.
Segundo Candido, os resultados das oficinas são percebidos não apenas no palco, mas também na formação dos próprios participantes. Os alunos já mostram melhor aproveitamento na escola, tornando-se também militantes da preservação ambiental. Para todos, a lição é a mesma: o lixo pode virar música.
Mais informações sobre as oficinas podem ser obtidas pelo e-mail tamborfalante@tamborfalante.com.br
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
O Tambor Falante de Viamão
Fonte desta Materia: www.portoweb.com.br/pwtambor
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