segunda-feira, 10 de novembro de 2008

EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM VIAMÃO


Formar multiplicadores na educação ambiental foi um dos principais objetivos do Grupo Transdisciplinar de Estudos Ambientais Maricá, que neste ano havia organizado cinco cursos na área em escolas viamonenses. Ontem, foi promovido o evento para encerrar o ano, na Escola Técnica de Agricultura (ETA), que na mesma data deu início a sua III Jornada Agrotécnica, aproveitando que hoje é Dia do Técnico Agrícola e esta é a Semana de aniversário dos 98 anos da instituição de ensino, que serão comemorados nos dias 15 e 16 de novembro, com festa campeira e baile.

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
"Todos temos responsabilidade sobre as mudanças climáticas", afirma o Dr. em mídia e conhecimento, Mestre em Educação e professor da Univali, de Itajaí-SC, Antônio Fernando Guerra, que deu início ao evento desta terça-feira mostrando imagens do furacão Catarina. De acordo com ele, quem está em risco é a espécie, e a educação ambiental não se resume apenas a atitudes individuais, mas inclui a participação na responsabilidade social e cidadania.
"É preciso rever padrões. A mudança deve ser, primeiro, interior, nos pensamentos e na prática, na escola, no consumo e na cobrança às autoridades. Deve haver um efetivo enfrentamento", salienta, acrescentando que as políticas ambientais devem envolver todas as secretarias, a exemplo do que acontece com o órgão gestor, ou seja, conforme ele, as pessoas têm de traduzir no local a organização da política nacional. Guerra percebe que, na atualidade, os jovens estão muito mais preocupados com a questão ambiental do que as autoridades. Acredita que isso ocorre em função da mudança do modelo econômico, com ênfase maior no 'ter' do que no 'ser'. Para mudar a situação, o professor observa que atitudes pontuais não são a solução, mas o indivíduo deve repensar suas escolhas de consumo, muitas vezes forçadas pela mídia. "Preciso repensar meus hábitos, ao invés de tanto reciclar resíduos", fala.

Também estiveram no evento o biólogo do Departamento de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Planejamento, Cristiano Silveira, e Sabrina Amaral, do Coletivo Jovem (CJ) de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul. Em cada localidade brasileira, os jovens, por meio dos CJs, promovem ações próprias de mobilização e são responsáveis por organizar a Conferência Infanto-Juvenil nos seus Estados. Sabrina sugeriu que os viamonenses se unissem e montassem um grupo na região.

ESTUDO
O biólogo do Departamento de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Planejamento, Cristiano Silveira, apresentou no encontro os resultados do mapeamento ambiental das escolas municipais, promovido em 2006, mas que permanece atual. Segundo ele, a maioriadas instituições de ensino, embora digam que desenvolvam projetos ambientais, não têm bem claro a duração dos mesmos, o tipo de financiamento e não produzem nenhuma espécie de registro. Muitas delas fazem hortas, mas as esquecem no período de férias, por exemplo. "Elas poderiam aderir às redes que estão se formando. Assim, teriam idéias melhores e caminhariam juntas", sugere.

OS MÓDULOS ANTERIORES
Antes da ETA, o curso de Educação Ambiental da ONG Maricá havia sido promovido em cinco escolas neste ano - quatro urbanas e uma rural, com diferentes assuntos ligados ao tema. O primeiro módulo ocorreu no início de junho, na Escola Municipal Luciana de Abreu, na Vila Augusta. O evento contou com mais de 80 participantes de diversas cidades do Estado, entre estudantes universitários, agentes de saúde, oficineiros do Programa Escola Aberta e comunidade. Neste módulo, os temas abordados foram a Permacultura e a Transdisciplinaridade. No mês seguinte, o encontro aconteceu na Escola Municipal São Jorge, com professores, estudantes e comunidade, que se aproximaram do Poder Público e da experiência de escolas e sociedade civil. Foi apresentada a Rede Viamonense de Educação Ambiental (Revea), o projeto Viva o Arroio Feijó, o Conselho e o Fundo do Meio Ambiente e outros. Já em agosto, na Escola Municipal Sargento Raimundo Soares, na Vila Augusta, os temas foram acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência, indígenas, quilombolas e pessoas vulneráveis socialmente. Setembro foi o mês de discussão do Direito Ambiental, na Escola Municipal Apolinário Alves dos Santos, em Águas Claras, cujo encontro foi finalizado com uma caminhada até a fonte da localidade. O quinto módulo, promovido no mês passado, foi na Escola Estadual Canadá, no Passo do Vigário, com oficinas ministradas por professores da instituição, sobre reaproveitamento de alimentos e plantas nativas.


Fotos: Arquivo Maricá

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