Quando a Sociedade se torna dependente do Tráfico!
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iamão tem-se tornado manchete na mídia local e brasileira pelos seus altos índices de criminalidade. A morte é uma companhia normal e corriqueira e mensageira do confronto e da disputa pelos pontos de droga. Muitos ainda se arrepiam com as chacinas de jovens. Geralmente jovens. Pouco tempo atrás no Castelinho uma casa foi invadida e cerca de 4 pessoas foram baleadas e mortas. Outros fugiram do momento para num outro tempo alcançarem o mesmo destino fatal. Mais de 17 pessoas dormiam no casebre e vários eram conhecidos drogados e diz-se que interferiam no tráfico de outra gangue.
Início de setembro, novas chacinas de jovens. Num conhecido (sic) ponto de droga alguns jovens foram lançados ao solo e baleados. Cerca de 7 morreram. Grande parte da sociedade que paga impostos pesadíssimos sente que “menos uns para roubarem, estuprarem, picharem e vandalizarem a sociedade” – dizia-me um professor que várias vezes teve seu carro riscado, aulas interrompidas e sofrido ameaças. Para muitos cidadãos é o único e brutal consolo que resta numa situação de autoridades impotentes e permissivas – em todos os níveis.
Contou-me uma funcionária pública entre a segurança das quatro paredes do consultório que: - “Na minha região o cara que controla o tráfico está deixando as coisas organizadas (...). Quando ele começou a comprar uns terrenos e fazer umas obras e a gente via a piazada puxando fumo e os carros entrando para comprar a droga, a gente se escondia dentro de casa. Depois ele passou a visitar as casas e avisava que não ficassem com medo e que não tinha nenhum perigo e se alguém tivesse algum problema que falasse com ele. As meninas e as mulheres podem ir e vir do ônibus que nenhum vagabundo mais mexe com elas. Os caras do mini-snooker ficam ali jogando e tomando cerveja, mas não incomodam mais ninguém. Agora a gente pode pintar o muro e a casa pro Natal que nenhum pichador vai lá sujar tudo. Quando adoece alguém ele manda a camionete levar pro hospital e até compra remédio. Outro dia, meu filho veio nos visitar e o carro dormiu na rua e ninguém mexeu no carro. Então doutor se é ruim com ele é pior sem ele”.
Outro professor contou-me que depois de negociarem a paz com o traficante chefe pararam as violências na escola, depredações, roubos e tudo que é agressão. O traficante estabeleceu um perímetro de segurança em torno da escola desde que ninguém ficasse chamando a polícia (sic).
E isto não é na favela carioca. É aqui na Setembrina dos Farrapos. É a inversão dos valores sociais ou sinal de novos tempos? Quem sobreviver verá? Parcela da sociedade está se drogando e se tornando dependente da droga. Outra parcela está sendo preparada para se tornar dependente do chefe criminoso e ver nele alguém que faz aquilo que o poder público se omite. O desembargador Alberto Moraes do TRE carioca (Veja 2076 – 03out08) avisa que pelo menos 100 candidatos estão envolvidos em processos por homicídio. No entanto, a Suprema Corte proíbe que se divulguem os “candidatos com ficha suja”. Indiretamente não deseja que o eleitor saiba em quem vota. Que leis são essas ou que interpretações são essas que espalham o câncer contra a sociedade?
Edson Olimpio Oliveira
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