quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ridi diz “Não mancharão minha imagem”

"Não tenho inimigos. Tenho apenas adversários políticos que aproveitaram a situação para tentar denegrir a minha imagem e fazer isso refletir na candidatura do Boscaini". Eliseu Fagundes Chaves, o Ridi - Ex-prefeito municipal de Viamão.

Um Eliseu Fagundes Chaves tranqüilo, sereno e muito confiante esteve ontem na redação do Diário de Viamão para dar uma entrevista exclusiva sobre a questão da reprovação das contas de sua gestão de 2004, que o tornaram inelegível pelo período de cinco anos depois que a Câmara Municipal de Vereadores acompanhou o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que sugeria a reprovação das contas.

Ridi, como é popularmente conhecido o ex-prefeito e ex-vereador viamonense, apresentou ao Diário, em primeira mão, o laudo pericial de um arquiteto que será utilizado na Justiça na tentativa de reverter a sua situação.
Os apontamentos do TCE foram de superfaturamento na construção das escolas Jardim Outeiral e Pedro Vicente. Ridi, contudo, afirma que irá contestar o TCE na Justiça e que tem 99% de certeza que estará apto a concorrer nas eleições municipais.

O LAUDO - O laudo pericial alega que não houve superfaturamento nas obras ou construção em metragem menor do que havia sido contratado pela Prefeitura Municipal, como apontou o TCE. De acordo com o documento, o que aconteceu foi que, no curso das construções, foi verificada a necessidade de se realizar serviços que não estavam previstos nas planilhas iniciais das obras. "O que aconteceu é que fizemos compensações. Não houve desvio de dinheiro ou qualquer favorecimento, como estão dizendo. Não mancharão minha imagem", desabafa o ex-prefeito.
De acordo com Ridi, as comunidades escolares são sabedoras que as obras foram executadas em sua totalidade e que muitos serviços que não estavam previstos nas planilhas orçamentárias iniciais do projeto foram feitas. "Temos inclusive atas de reuniões nas quais as comunidades foram informadas de que algumas providências tiveram de ser tomadas durante a execução dos projetos. Estou confiante na reversão da condição de inelegível", afirma. Segundo Ridi, "ninguém meteu a mão"

Ridi não falou apenas da questão das contas da gestão 2004, a sua grande dor de cabeça no momento. Abordou também sobre sua trajetória política e planos para o futuro.

Diário - Quando o senhor ingressará na Justiça para reverter a situação de político inelegível?
Ridi - Já tenho em mãos o laudo pericial e, o quanto antes, irei à esfera judicial. Tenho prazos para poder concorrer em outubro. Acho que até a próxima semana já terei tomado todas as providências.

Diário
- Dois vereadores da base governista votaram em favor do parecer do TCE que sugeria a reprovação das suas contas. Que chance o senhor julga ter na reversão da situação na Justiça?
Ridi - Acredito que tenho 99% de chance de conseguir uma liminar para concorrer, e vou utilizar o meu direito de recurso. É bom ficar claro que não fui cassado, como muitos oportunistas estão espalhando aos quatro cantos. A Câmara votou um parecer do TCE e quem dá o veredicto é a Justiça.

Diário
- O senhor acredita que possa ter havido má-fé de algum dos servidores que ocupavam cargo de confiança no seu governo, em 2004?
Ridi - Confio em cada pessoa que fazia parte do meu governo. Confio também no proprietário da empresa que executou as obras. É uma pessoa de conduto ilibada, um homem íntegro e honesto. Se houve algum erro, foi técnico, sem intenção. Todos sabem da sobrecarga a que são submetidos os funcionários públicos, principalmente os que atuam na área da Educação. Fizemos 70 obras no meu segundo mandato e em apenas duas houve apontamentos. Não podemos procurar culpados. Não houve desvio de verbas.

Diário
- O dono da empresa que executou a obra é amigo pessoal do senhor?
Ridi - Não, de forma alguma. Nos conhecemos em função da empresa participar de licitações. Mas é uma pessoa de extrema confiança.

Diário
- Porque a Prefeitura optou pela mesma empresa para fazer projetos e executar as obras?
Ridi - As demandas eram enormes, e nossos recursos humanos escassos. Tínhamos prazos para aproveitamento dos recursos. Se não fizéssemos as obras, teríamos que devolver o dinheiro para o governo federal. É melhor cometer algum equívoco do que perder o dinheiro por incapacidade.

Diário
- Muita gente fala que o senhor tinha mais três ou quatro prefeitos governando junto. Que não era o senhor que "mandava" na Prefeitura. O que pode dizer com relação a estes comentários?
Ridi - Sempre fui uma pessoa aberta ao diálogo. Não sou daqueles que acham que têm sempre a razão. Quando fui prefeito, tive pessoas importantes que auxiliavam na administração e que nunca perderam o respeito por mim. Este é o tipo de conversa dos adversários políticos. Eles têm de ter alguma coisa para falar de mim. Não tenho inimigos, tenho adversários. Eles estão querendo enfraquecer minha imagem porque a eleição vem aí.

Mãos limpas, bolso vazio e a consciência tranqüila


"Tenho as mãos limpas, o bolso vazio e a consciência tranqüila". Esta é a definição de Eliseu Fagundes Chaves, o Ridi, segundo ele próprio. O ex-prefeito de Viamão afirma que o seu histórico de homem honesto e humilde levaram-no a ter "um mínimo de esperança" de ser "absolvido" na Câmara Municipal de Viamão. "Em tese tinha seis votos (da base governista) e havia conversado com outros vereadores que foram solidários inicialmente. Depois, porém, vi que não havia jeito. Não fui nem à sessão, aconselhado por amigos e simpatizantes, para evitar um desgaste", argumentou Ridi.
O ex-prefeito diz que lamenta profundamente o fato de ter tido um julgamento político no Legislativo Municipal. "O meu partido lançou o prefeito Alex à reeleição e ele é tido como favorito. Como já fui prefeito e vereador, e o que se comenta é que estarei entre os mais votados para a Câmara neste ano, aproveitaram para me enquadrar, com a pretensão disso refletir na candidatura do Alex", aponta. Por pelo menos cinco minutos da entrevista que durou quase duas horas Ridi se divertiu. Não conteve o riso ao dizer que ouviu comentários maldosos pela cidade dando conta de que ele teria uma casa na Suíça e que teria pego o dinheiro contestado pelo Tribunal de Contas do Estado para financiar a campanha de Boscaini.

O petista afirma que as pessoas têm o abordado nas ruas com o sentimento de solidariedade e indignação. "Elas dizem que fizeram uma baita sacanagem comigo", diz ele. Questionado sobre o seu sentimento a respeito da situação, Ridi ameniza: "Não vou pessoalizar as coisas. Não tenho ódio de ninguém nem penso em vingança. Vou me defender na Justiça para poder continuar o meu projeto de retornar as cenário político do município. Mas posso dizer sem medo de errar que os meus apoiadores, aqueles de verdade, foram ‘atiçados’ por tudo isso que está acontecendo", frisa Ridi.

Enviado por Ridi (A pedido) - www.ridi.com.br

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