PF desarticula quadrilha que roubava senhas bancárias pela internet
Fraudes de cerca de R$ 500 mil por mês atingiram mais de 200 vítimas, diz polícia
Atualizada às 20h32min
A Polícia Federal desarticulou nesta manhã uma quadrilha especializada em crimes pela internet. A Operação Cardume cumpriu 27 mandados de prisão e 42 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, na Bahia e no Sergipe. Ao todo, estima-se que a quadrilha tenha feito mais de 200 vítimas e que as fraudes tenham atingido cerca de R$ 500 mil por mês.
A organização obtinha senhas bancárias pelo método conhecido como phishing scan, por meio de programas que capturam os dados digitados por usuários de sistemas de home banking. De posse das informações, efetuava transferências para contas de laranjas e pagamentos de contas.
No Rio Grande do Sul, os mandados foram cumpridos em Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Cidreira, Esteio, Parobé, Pelotas, Rio Grande, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Viamão. Nos demais Estados, em Balneário Camboriú e Criciúma (SC), Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Salvador e Alagoinhas (BA) e Aracaju (SE).
As investigações foram conduzidas pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz) da Polícia Federal do Rio Grande do Sul, e começaram em 2007, como desdobramento da Operação Navegantes, ocorrida no dia 11 de maio do ano passado. Na ocasião, foram presos 15 hackers e laranjas — que emprestavam contas para onde o dinheiro era transferido antes de ser sacado. A quadrilha também efetuava compras pela internet. Em alguns casos, os criminosos pagavam o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para terceiros e cobravam valores abaixo do nominal.
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal de Porto Alegre. Participaram da operação 215 policiais federais, entre delegados, agentes, peritos e escrivães. Os integrantes da quadrilha serão indiciados pelos crimes de furto qualificado, formação de quadrilha, interceptação informática não autorizada e receptação (Art. 180 do Código Penal, com penas de 1 a 4 anos de reclusão, e multa).
A operação foi denominada Cardume em referência ao método utilizado pela quadrilha. Phishing (alusão a "fishing", pescaria, em inglês) faz relação com o fato de o grupo "pescar" senhas.
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